terça-feira, 9 de março de 2010

Contra a velocidade dos dias *



Cada dia te é dado uma só vez
E no redondo círculo da noite
Não existe piedade
Para aquele que hesita.

Mais tarde será tarde e já é tarde.
O tempo apaga tudo menos esse
Longo indelével rasto
Que o não-vivido deixa.

Não creias na demora em que te medes.
Jamais se detém Kronos cujo passo
Vai sempre à frente
Do que o teu próprio passo.

Sophia de Mello Breyner Andresen

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