sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O sonho desgasta o real *

Dorme num sono suave, sobre a cama de madeira escura. A janela aberta, serve de anfitriã à brisa húmida da noite que entra pelo quarto dentro, deixando o seu rosto branco, gelado. Nada sente. A sua mente estava mergulhada no sonho, e os seus membros anestesiados com a sua assombrosa envolvência. Ainda afogado em si próprio, levanta-se com os seus pés nus, abre a porta de sua casa. Dá a mão ao seu inconsciente, e caminha na longa avenida, despida do vazio das multidões. Chove. Nada sente. Continua entre a escuridão da realidade, e as luzes incandescentes da sua cidade adormecida. As gotas de chuva, não despertam o seu consciente. 





Os seus passos pesados sobre a estrada, a chuva que absorve o seu corpo, as luzes fortes que o iluminam. O som de desespero à sua frente. Nada sente. O seu sangue expande-se sobre o alcatrão testemunha do seu último suspiro. Os seus olhos abertos, nada viram. O seu cadáver gelado, que nada sentiu. Abandona o seu corpo pesado. Lá no alto, onde nunca conseguiu chegar, a sua metade mais leve, caminha sobre as nuvens, livre dos pesos de uma vida sem sentido.
Agora, sente. Sente que continua o seu sonho. Mas desta vez, é real.





A todos aqueles que 
se esquecessem de viver. 
E que respiram o agora, 
só porque sim.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Hoje o dia , foi apenas mais um dia *



Sinto que os meus pés estão gastos de caminhar em círculos. 
Gastos de pisar sempre a mesma calçada. 
Sangram um esforço que agora, parece não valer a pena. 

Sinto que as minhas mãos desejam arduamente atingir o intangível. 
Tocar lá no alto. 
Tocar nos sonhos, agarra-los com as duas mãos, 
não os deixar fugir entre as curvas da vida.  

Sinto que a minha mente viaja fora do meu corpo, 
mergulha noutra vida.

Sinto que o meu coração foge-me do peito,
Desejando sentir de perto a liberdade que deseja, mas que tanto anseia.





Rotineiro, melancólico. 
Hoje o dia, foi apenas mais um dia.  

sábado, 11 de dezembro de 2010

Aos meus olhos



Avanço sem jugo e ando longe 
de caminhar sobre as águas do céu. 

Daniel Faria

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

For eternity


Close your eyes so you don't feel them
They don't need to see you cry
I can't promise I will heal you
But if you want to I will try




I sing this summer serenade
The past is done we've been betrayed
It's true
Someone said the truth will out
I believe without a doubt
in you




You were there for summer dreaming
and you gave me what I need
and I hope you'll find your freedom
for eternity, for eternity

(...) 

We sat and watched the sun go down
Picked a star before we lost
the moon
Youth is wasted on the young
before you know it's come and gone, too soon

You were there for summer dreaming
and you gave me what I need
and I hope you find your freedom
for eternity, for eternity



Robbie Williams

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Vou deixar-te fugindo-me *




Mais uma noite, amor. Ao recordar-te

retomo os fins do mundo, a cinza, os dias
manchados de outras lágrimas. Sabias
como eu a cor das sombras, essa arte


que nos engana agora e se reparte
por esquinas e cafés. Já não me guias
os muitos passos vãos, as fantasias
da minha falsa vida. Vou deixar-te

fugindo-me. Na chuva, sem ninguém,
apenas alguns vultos, o que vem
«e dói não sei porquê» -este deserto


onde te vejo, imagem outra vez,
até de madrugada. O que me fez
sentir o muito longe aqui tão perto?




Fernando Pinto do Amaral

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Pequenas coisas

"Vou-te fazer ver que as nuvens trazem o arco irís mais perfeito de todos"

Soraia


Ainda me lembro. E só as recordo agora, para falar de ti. Aquelas semanas que custaram tanto a passar - e que já estão enterradas juntamente com os fantasmas - bastou-me esta frase para recuperar o sorriso que se tinha afogado no meio de tanta mágoa e raiva. Soube quase tão bem, como os teus abraços. Obrigada.

sábado, 3 de julho de 2010

Quando as palavras não chegam..



Ali ninguém conhecia o outro lado do seu espelho. Ninguém sabia que ela trocava a sua cidade por outra mais cinzenta. Ninguém sabia que deixou de consumir a ilusão como cura de feridas provocadas pela ausência. Que o lado do corpo, que lhe pesava mais era o lado esquerdo. Nunca ninguém reparou que não chorava nas despedidas, pois considerava o sorriso a mais bela forma de dizer adeus. Desde muito pequena, sempre preferiu caminhar na companhia de si mesma. Anestesiada com a própria solidão, encontrava-se em histórias – que não lhe pertenciam – e perdia-se em baladas suicidas.

Infeliz, sempre procurou o brilho da sua vida nos outros. Hoje encontrou a leveza de uma liberdade que sempre desejou. É feliz assim, na sua perfeita solidão.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Just like a woman

She takes
just like a woman.
She makes love
just like a woman.
And then she aches
 just like a woman.
But she breaks
 just like a little girl.

Bob Dylan


domingo, 6 de junho de 2010

Ella





Hoy vas a descubrir que el mundo es solo para ti
Que nadie puede hacerte daño, nadie puede hacerte daño
Hoy vas a comprender que el miedo se puede romper con un solo portazo
Hoy vas a hacer reír porque tus ojos se han cansado de ser llanto, de ser llanto
Hoy vas a conseguir reírte hasta de ti y ver que lo haz logrado

Hoy vas a ser la mujer que te dé la gana de ser
Hoy te vas a querer como nadie te ha sabido querer
Hoy vas a mirar pa'lante, que pa atrás ya te dolió bastante
Una mujer valiente, una mujer sonriente
Mira como pasa

Hoy no ha sido la mujer perfecta que esperaban a rotos sin pudores
Las reglas marcadas
Hoy ha calzado tacones para hacer sonar sus pasos
Hoy sabe que su vida nunca más será un fracaso

Bebe

domingo, 30 de maio de 2010

Ouvir a música que vem do coração

O Domingo passou depressa. Quando dormimos, os ponteiros do relógio correm na direcção do futuro. Hoje não vi a luz do dia. Fechei-me – mais uma vez – na minha concha. Afoguei-me debaixo dos cobertores. E por ali fiquei horas a fio.
Não sei se foi o cansaço que me levou a dormir tanto, ou o desejo de ouvir-me.


(Hoje nada me apetece. Só ficar assim.
A ouvir a minha música. Leve e vazia de nadas.)

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O Suspiro Adiado



E cá estou eu - mais uma vez - a correr para ti. E mais uma vez para ti.
E isto sucede, sempre que tropeço em mim. Quando tropeço nos meus passos desajeitados, moldados às pedras que nos acertam em cheio na vida. A necessidade de te encontrar flutua nos meus desejos adiados pela força da existência.



Procuro-te. E é aqui que te encontro. Neste lugar, tão vazio e tão cheio de palavras cobertas de silêncio, que procuram - sempre - a voz das tuas palavras, para amolecer a dureza das quedas. Aqui encontro apenas metade de ti. A metade de ti, que é a metade mais forte em mim. Tu és o meu segredo. A minha injecção de confiança.


Para ti, tenho sempre a mesma face. Sou sempre eu, autêntica e única. Não outra. Não me escondo, porque me aceitas, tenha eu um sorriso ou a lágrima a cair ao canto do olho. Tenha eu, às costas uma bagagem com a leveza de sonhos, ou uma bagagem pesada, cheia de fantasmas e incertezas. Afinal, é esta junção de sentimentos contraditórios, que nos faz sentir o nosso sangue a correr-nos nas veias. Faz parte da vida, tal como tu fazes parte da minha. Obrigada por estares sempre comigo.

Continua a tapar-me a lua, para eu não chorar. A empurrar-me para cima, quando há algo que me tenta afogar. E claro, a sorrir comigo :)


Meu amigo,
que assim fique liberta a eterna gratidão
e toda a admiração que sinto por ti.





E esta foi mais uma - das centenas cartas - que te escrevi ao longo destes quatro anos. Tão longos e por vezes, tão cheios de nada. Eu sei, que me lês atentamente e ouves a minha voz parar uns segundos, nas pausas das vírgulas. Sei também, que me guardas. A mim, e a todas as cartas que te escrevo.
No outro dia, ligaste-me. Quando vi o teu nome no ecrã do telemóvel, o meu coração saltou do peito. Sentia-o a bater nas minhas mãos. E nunca mais me esqueço, das primeiras palavras que  atravessaram  para este lado da linha: "Precisava de te ouvir" - provavelmente não estavas bem. Mas não toquei no assunto. Tudo aquilo que me querias contar, eu estava ali para ouvir.

Nem sempre falamos a mesma língua. E estes dias, têm sido verdadeiramente complicados. Às vezes, não percebo onde vais buscar tanta paciência para me aturares.  Sempre te disse tudo, e palavras por vezes tão fortes e sem pára-quedas. No entanto, perdoas-me sempre.  A paciência, sempre foi uma virtude tua. A ausência, sempre foi um defeito meu.

Vais continuar a ser  o barbudo. O homem que sorri sempre que lhe conto uma piada, por mais seca que for. A música vai-te sempre saltar do peito. Vais-me continuar a dar a mão. Vais continuar a consertar o nosso castelo de areia. E provavelmente, vais continuar a combinar os ténnis com a t-shirt.







Ansiedade à flor da pele

Hoje sinto-me como se tivesse caído numa banheira de ansiedade. Mergulho nesta inquietação, nesta espera, cada vez mais reduzida. Sinto-me fechada numa gaiola, à espera que me alguém me abra a porta, para me atirar de cabeça à vida. Espero assim, arduamente, que a velocidade dos dias, me aproxime do meu futuro.
Nestas duas semanas - para que passem a correr, sem as sentir - vou por o presente dentro de uma caixa no fundo do meu roupeiro.


Não sei se hoje, ou amanhã
mas um dia encontrarei o rumo,
da minha vida.
Um dia.

domingo, 23 de maio de 2010

Facto:


Agora que reaprendi a rir, já não sei chorar.


sexta-feira, 16 de abril de 2010

Jardim Perdido

Jardim
em flor, jardim de impossessão,
Transbordante de imagens mas informe,

Em ti se dissolveu o mundo enorme,
Carregado de amor e solidão.


A verdura
das arvores ardia,
O vermelho das rosas transbordava
Alucinado cada ser subia
Num tumulto em que tudo germinava.


A luz trazia
em si a agitação
De paraísos, deuses e de infernos,
E os instantes em ti eram eternos
De possibilidades e suspensão.


Mas cada
gesto em ti se quebrou, denso
Dum gesto mais profundo em si contido,
Pois trazias em ti sempre suspenso
Outro jardim possível e perdido.


Sophia de Mello Breyner

terça-feira, 13 de abril de 2010

Das Cinzas

 
Eu não falo. Nunca falo. Por isso escrevo.
 É mais fácil, que as palavras falem por mim.
São o intermediário entre mim e o mundo.
Porque sim. E hoje, estou aqui.  
E escrevo somente para me ouvir. 




Sempre pensei que o teu silêncio fosse sinal de esquecimento, por isso nunca pensei que voltasses. Mas voltaste e pediste um lugar no meu regaço, para chorares - como nunca tinhas feito. E eu? Envolvi-te na minha atmosfera - aparentemente - feliz com um propósito: somente animar-te. Fazer com que não desistas daquilo que realmente te faz sorrir. Porque, é isso que importa. Sorrir. 
Mas eu - sempre ao contrário - chorei. 
Através de ti, lembrei-me daquilo que fui. E chorei, pela minha morte, e por não saber onde esconder as minhas cinzas. Apesar de ter conseguido renascer, as cinzas do que fui  anteriormente, que permaneciam à superfície da minha pele, ultrapassaram as veias, e chegaram ao coração.  Cinzas que desenterraram as recordações guardadas na minha outra página. Na minha outra história. Na minha outra vida. Chorei. Chorei baixinho. 

Em ti vi, o meu espelho. Tudo aquilo que eu fui.
Agora vê em mim, o teu futuro.
 
  

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Utopia



It's a strange day
No colours or shapes

I forget who I am
When I'm with you
There's no reason
There's no sense
I'm not supposed to feel
I forget who I am
I forget

Goldfrapp

quarta-feira, 24 de março de 2010

Amargo vazio

Às vezes, quando penso que mais nada me pode surpreender, assusto-me e caíu: Mais um pontapé da vida. Mais uma falha no meu castelo de areia - que eu insisto em reconstruír aos poucos. Mais uma derrocada de sentimentos acumulados.  Caíu. Choro. Não porque a queda doeu. Eu não sinto nada. Choro pelo vazio. O vazio doí. Amargo vazio, de não ter chão para continuar a caminhar depois da queda.


terça-feira, 16 de março de 2010


Imagem do filme: P.S I Love you


A cidade está deserta,
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga! Ora doce!
Pra nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura!

Ornatos Violeta

domingo, 14 de março de 2010

Palavras *

Não tenho mais palavras
Gastei-as a negar-te
Só a negar-te pude combater
O terror de te ver
Em toda a parte.

 
Miguel Torga

quarta-feira, 10 de março de 2010

Um Pedaço de Sossego



Fugir não é cobardia.
É restaurar a alma depois
De uma guerra.

É partir
Para curar feridas.

É procurar
Noutro lugar
Um pedaço de sossego.

É disso que preciso, um pedaço de sossego. Preciso de partir. Curar antigas feridas. Sentir saudades de voltar às minhas raízes. Resgatar a atmosfera da minha solidão feliz, que foi invadida por um silêncio viciado, e transtornado por fantasmas prisioneiros à voz do coração.

terça-feira, 9 de março de 2010

Contra a velocidade dos dias *



Cada dia te é dado uma só vez
E no redondo círculo da noite
Não existe piedade
Para aquele que hesita.

Mais tarde será tarde e já é tarde.
O tempo apaga tudo menos esse
Longo indelével rasto
Que o não-vivido deixa.

Não creias na demora em que te medes.
Jamais se detém Kronos cujo passo
Vai sempre à frente
Do que o teu próprio passo.

Sophia de Mello Breyner Andresen

sábado, 6 de março de 2010

Um rascunho de Vida *

Fazer da vida
um rascunho.
Planear tudo,
excepto a falta de tinta.

Estar um passo
à frente da vida
Tropeçar,
cair na morte.

 
Último suspiro:
Desejar a vida
aquela que outrora
esquecemos.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Breve desabafo *

Que se foda quem nos sorri e nos dá a mão.
(nas nossas costas arranca-nos os membros a sangue frio)

Que se foda o amor. que não existe.
(faz-nos de prisioneiros de uma – irrealidade - a vida inteira)

Que se foda Deus por ter criado o Mundo.
(e por ter criado o Homem)


Que se foda. Que se foda. Que se foda.


Sinto o meu órgão vital, do avesso. Tenho as veias inchadas de raiva.
Apetece-me gritar. E grito, para dentro.
Apetece-me devastar tudo o que apanhar pela frente. E devasto, mas cá dentro.
Quem me dera, ter a forma de um ciclone, e destruir tudo.
E que dos pedaços da morte, nasce-se a vida. Mais leve, mais humana.


(Depois deste rascunho, agora sim – respiro melhor..)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

O segundo da palavra *

Vamos continuar a correr. Quero chegar a tempo de contemplarmos juntos o pôr-do-sol... vamos deixar as brisas perfumarem a essência de cada momento, de cada segundo. Dá-me a mão e, simplesmente, vamos ser.

Ricardo Lima

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

À deriva *


Penso, mas não falo. Escrevo o que penso, mas não faço que escrevo. As vontades continuam anónimas. Os sentimentos continuam perdidos. As palavras continuam sufocadas na voz do meu silêncio. Um silêncio lâmina, que corta todas as ligações com a realidade. Uma realidade que ainda se encontra desfocada, e que os caminhos da vida, ainda se superam das tempestades.





quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Migalhas.

Sinto muito mas não vou medir palavras
Não se assuste com as verdades que eu disser
Quem não percebeu a dor do meu silêncio
Não conhece o coração de uma mulher

Eu não quero mais ser da sua vida
Nem um pouco do muito de um prazer ao seu dispor
Quero ser feliz
Não quero migalhas do seu amor
Do seu amor
Quem começa um caminho pelo fim
Perde a glória do aplauso na chegada
Como pode alguém querer cuidar de mim
Se de afeto esse alguém não entende nada


Não foi esse o mundo que você me prometeu
Que mundo tão sem graça
Mais confuso do que o meu
Não adianta nem tentar
Maquiar antigas falhas
Se todo o amor que você tem pra me oferecer são migalhas
Migalhas

Simone

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Há algo que fica sempre *


"Um beijo. Um sonho. Um sorriso."


Às vezes lembro-me de ti, mesmo sem memórias certas. No entanto, as tuas palavras, sempre foram nítidas,  tal como as tuas despedidas. Há sempre alguma das memórias que fica por cima de todas as outras. E a que ficou, foi a imagem e as palavras da tua despedida. Uma despedida sem regresso. "Um beijo. Um sonho. Um sorriso"


 
( e que o sol brilhe. brilhe sempre. em ti. )

domingo, 31 de janeiro de 2010

Esquecimento *




Entre ruas descalças
Onde o silêncio é residente,
a noite afoga a luz dos dias.

Quatro paredes sufocam,
encobrem, os vestígios
de um sentimento
que a existência esqueceu.

Está em extinção
Ninguém mais acredita,
Porque ninguém o vê.
Morrerá,
Ninguém mais o sente.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

4.48 Psychosis *

- At 4.48

when sanity visits
for one hour and twelve minutes I am in my right mind.
When it has passed I shall be gone again,
a fragmented puppet, a grotesque fool.
Now I am here I can see myself
but when I am charmed by vile delusions of happiness,
the foul magic of this engine of sorcery,
I cannot touch my essential self.
Why do you believe then and not now?
Remember the light and believe the light.
Nothing matters more.
Stop judging by appearances and make a right judgment.
- It's all right. You will get better.
- Your disbelief cures nothing.

Look away from me.

Sarah Kane


.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Quando Regressamos a Nós Mesmos *



  Morri em ti
reencontrei-me
Regressei a mim.

O coração rejeitou
a anestesia do bem-estar encenado
Fugi de mim,
escondi-me em ti.

O tempo
Apagou o vestígio de ti.
Morreste em mim.
Renasci.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Maré Adiada *





A minha vida é
Uma maré adiada
O desespero,
De uma alma perdida.



Uma história
Sem páginas.
Uma fotografia afogada
No silêncio
De uma memória.

Com um pincel
De tinta preta,
O destino desenhou
A minha vida.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Um pedido

Olá 2010.

Não me fodas muito a vida. Espero que me ajudes
a realizar os filhos da puta dos sonhos,
e os cabrões do caralho dos objectivos.

Sinto que este ano, a puta da sorte esta no meu lado.
Estou inspirada.
Até já.