domingo, 30 de maio de 2010

Ouvir a música que vem do coração

O Domingo passou depressa. Quando dormimos, os ponteiros do relógio correm na direcção do futuro. Hoje não vi a luz do dia. Fechei-me – mais uma vez – na minha concha. Afoguei-me debaixo dos cobertores. E por ali fiquei horas a fio.
Não sei se foi o cansaço que me levou a dormir tanto, ou o desejo de ouvir-me.


(Hoje nada me apetece. Só ficar assim.
A ouvir a minha música. Leve e vazia de nadas.)

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O Suspiro Adiado



E cá estou eu - mais uma vez - a correr para ti. E mais uma vez para ti.
E isto sucede, sempre que tropeço em mim. Quando tropeço nos meus passos desajeitados, moldados às pedras que nos acertam em cheio na vida. A necessidade de te encontrar flutua nos meus desejos adiados pela força da existência.



Procuro-te. E é aqui que te encontro. Neste lugar, tão vazio e tão cheio de palavras cobertas de silêncio, que procuram - sempre - a voz das tuas palavras, para amolecer a dureza das quedas. Aqui encontro apenas metade de ti. A metade de ti, que é a metade mais forte em mim. Tu és o meu segredo. A minha injecção de confiança.


Para ti, tenho sempre a mesma face. Sou sempre eu, autêntica e única. Não outra. Não me escondo, porque me aceitas, tenha eu um sorriso ou a lágrima a cair ao canto do olho. Tenha eu, às costas uma bagagem com a leveza de sonhos, ou uma bagagem pesada, cheia de fantasmas e incertezas. Afinal, é esta junção de sentimentos contraditórios, que nos faz sentir o nosso sangue a correr-nos nas veias. Faz parte da vida, tal como tu fazes parte da minha. Obrigada por estares sempre comigo.

Continua a tapar-me a lua, para eu não chorar. A empurrar-me para cima, quando há algo que me tenta afogar. E claro, a sorrir comigo :)


Meu amigo,
que assim fique liberta a eterna gratidão
e toda a admiração que sinto por ti.





E esta foi mais uma - das centenas cartas - que te escrevi ao longo destes quatro anos. Tão longos e por vezes, tão cheios de nada. Eu sei, que me lês atentamente e ouves a minha voz parar uns segundos, nas pausas das vírgulas. Sei também, que me guardas. A mim, e a todas as cartas que te escrevo.
No outro dia, ligaste-me. Quando vi o teu nome no ecrã do telemóvel, o meu coração saltou do peito. Sentia-o a bater nas minhas mãos. E nunca mais me esqueço, das primeiras palavras que  atravessaram  para este lado da linha: "Precisava de te ouvir" - provavelmente não estavas bem. Mas não toquei no assunto. Tudo aquilo que me querias contar, eu estava ali para ouvir.

Nem sempre falamos a mesma língua. E estes dias, têm sido verdadeiramente complicados. Às vezes, não percebo onde vais buscar tanta paciência para me aturares.  Sempre te disse tudo, e palavras por vezes tão fortes e sem pára-quedas. No entanto, perdoas-me sempre.  A paciência, sempre foi uma virtude tua. A ausência, sempre foi um defeito meu.

Vais continuar a ser  o barbudo. O homem que sorri sempre que lhe conto uma piada, por mais seca que for. A música vai-te sempre saltar do peito. Vais-me continuar a dar a mão. Vais continuar a consertar o nosso castelo de areia. E provavelmente, vais continuar a combinar os ténnis com a t-shirt.







Ansiedade à flor da pele

Hoje sinto-me como se tivesse caído numa banheira de ansiedade. Mergulho nesta inquietação, nesta espera, cada vez mais reduzida. Sinto-me fechada numa gaiola, à espera que me alguém me abra a porta, para me atirar de cabeça à vida. Espero assim, arduamente, que a velocidade dos dias, me aproxime do meu futuro.
Nestas duas semanas - para que passem a correr, sem as sentir - vou por o presente dentro de uma caixa no fundo do meu roupeiro.


Não sei se hoje, ou amanhã
mas um dia encontrarei o rumo,
da minha vida.
Um dia.

domingo, 23 de maio de 2010

Facto:


Agora que reaprendi a rir, já não sei chorar.