quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

A voz do meu Silêncio

Hoje vou escrever-te Filipa. Porque me apetece.
Há uma coisa, que nunca percebeste. Vou-te contar agora, em silêncio. Como eu faço sempre.
A distância, não afasta as pessoas. Somos nós, que afastamos os nossos corações, e colocamos uma parede no meio da amizade, uma parede que no entanto é imaginária. Porque ingerimos a ideia de que a distância é sinónimo de ausência. O facto de estaremos longe, não significa que estejamos ausentes. Muito pelo contrário, e tu sabes isso como ninguém. Falávamos todos os dias, e no entanto se calhar o nosso laço de amizade era mais forte, do que provavelmente de outras pessoas da mesma família que vivessem na mesma casa, sem manter contacto. Isto foi um exemplo, mas acho que sabes onde quero chegar. Sempre tivemos uma para a outra, apesar de nos vermos 3 vezes por ano. A distância? Essa desculpa podias ter dado à dois séculos atrás.

Falo agora no passado, porque a nossa amizade adormeceu. Está em coma. Está sem forças para continuar a viver. Conseguiste anular a cumplicidade. Durante estes últimos meses, apoderou-se de mim vários sentimentos: Comecei por me desiludir. A seguir senti uma onda de raiva - se te visse, acho que te esbofeteava com toda a força. Depois senti tristeza. E a tristeza foi a fase que se alargou por mais tempo. A saudade, empurrou a tristeza. E com o tempo, foste-me ficando indiferente. Criaste em mim, um sentimento de indiferença.



Não foi como tu disseste, a distância que nos afastou. Foi o facto de teres mudado ou de te ter conhecido uma face tua, que eu desconhecia. Essa face que eu não aceito. Vai contra todos os meus valores, e passou por cima do sentimento que nos unia. Essa outra face egoísta, que age friamente, sem pensar nas consequências.


Desgastaste-me ao ponto, de me cansar de continuar a lutar por uma amizade que não iria resistir as tuas atitudes excêntricas, e egoístas. Em qualquer relação, seja ela de amor ou amizade, tem de haver tolerância, compreensão e esforço de ambas as partes. E eu fazia qualquer coisa, para te ver contente. Fazia de tudo, para não sentires a minha falta – tanto nas horas más, como nas horas felizes. Dei tudo o que podia, e o que não podia, e tu sabes que não estou a mentir. Tentei apagar as pegadas da desilusão, mas não consegui. O coração queria perdoar, mas a memória anulou por completo a vontade do coração. A confiança, quando se quebra já não se reconstrói. Pode-se reconstruir é uma ilusão da confiança. Mas essa, eu não quero.




Em qualquer relacionamento futuro, espero que continues a saber receber, mas também, que dês tanto quanto recebes. Espero também que, encontres o teu caminho, e que aprendas que as lamentações não te servem de muito, para andares para a frente. As lamentações só servem para parar o tempo. Vitimizares-te e desculpares-te com a tua vida, não é caminho. É desvio.



A vida fora do teu mundo - que insistes em fechar - é linda e muito curta para se perder com lamentações. Sabias que as insatisfações têm cura? A cura chama-se mudança. A mudança que ignoras. Para ti sempre foi mais fácil lamentares-te, e fugires dos obstáculos. Um verdadeiro guerreiro nunca foge da guerra. Luta pela vida, e não se importa de morrer a lutar. Porque morre pela mudança. Morre porque tentou. Ainda estás muito longe de ser uma guerreira, porque não te mexes. Continuas com essa postura apática ao mundo. Não ao teu mundo, mas ao mundo real. Onde existe guerras, e verdadeiros guerreiros, que lutam porque acreditam na mudança. E tu não acreditas. O que te move na vida, são pequenos nadas. Para ti, os sonhos nunca vão passar de sonhos. Vais continuar a ver a vida a passar-te ao lado, vais continuar a fechar a porta à coragem. O sentimento mais heróico que um ser humano pode ter. A coragem e a esperança - sua companheira de guerra - são as duas melhores armas que te podem acompanhar na vida.

 
Aqui está tudo o que não te disse, porque a minha voz não sabe ler o meu pensamento, e o meu pensamento não sabe ler o meu coração. Tudo o que é relacionado com sentimentos, eu não sei falar. Só sei escrever.



Não te posso dar mais nada, as palavras esgotaram-se. Adeus.





segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Facto:


Hoje, um tsunami de novos sentimentos,
inundou-me o coração.



domingo, 27 de dezembro de 2009

A despedida *




Muitas palavras ficaram por dizer, graças à tua cobardia de esconderes-te atrás de um telemóvel. Tu que sempre te denominaste como sincero e directo - tão directo que nem me enfrentaste - e tão sincero que nem as palavras que disseste eram realmente verdadeiras.


O pior, anestesiaste-me de ilusão. Hoje graças à minha força, já não estou dormente. Despedi-me da ilusão e desci até à realidade. Quando soube da notícia – pelos outros – já estava a espera. A surpresa não se apoderou de mim, porque o meu coração à uns meses atrás já tinha dado o sinal. Na altura, ocorreu-me tapar as evidências com o amor que sentia por ti. Para mim, era mais fácil perder-me na minha ilusão – que tu próprio fomentavas - de que tudo estava bem, do que perder-te. A minha dependência era tal, que esquecia-me muitas vezes, de mim. Porque eu, só existia em ti.


Não te culpei, nem te culpo por amares outra pessoa, muito pelo contrário. Tu és testemunha que eu sempre disse que vocês os dois, eram feitos da mesma massa. Especificando mais ao pormenor: Têm a mesma quantidade de falsidade (algo que em ti amei, mesmo sendo defeito. Aceitei-o, e convivi com ele) O vosso cérebro é fútil, o único assunto que reina nas vossas conversas, é o tema de café. A vossa mente é primitiva e infantil – o mundo tem de girar à vossa volta. Nas vossas cabeças, tudo o que não são vocês, é insignificante.


Hoje sei que o fim da nossa história foi o melhor para mim. Porque eu, ao contrário de ti, mereço melhor. E sei também que sou melhor, que vocês dois juntos. (também não é difícil). Não me arrependo de ter cruzado a minha vida com a tua, nem de ter vivido o que vivi, contigo. Tivemos momentos bons. E são esses momentos que eu guardo.


Espero que um dia, consigas ser feliz sem pertencer a esse mundo tão reles, e tão podre. Para mim, deixaste de ser mágoa. O tempo acalmou a minha revolta, e transformou-te em nada. Tu para mim és nada. Fechei-te a porta, e o tempo - O grande aliado da ausência, sarou a minha ferida.


E estas são as últimas palavras que te escrevo. Hoje, viro a tua página com um sorriso, e com apenas uma vontade: viver o que ainda não vivi.



sábado, 26 de dezembro de 2009

Desistir?

Às vezes, há momentos na nossa vida que nos dá vontade de desistir.
Há pessoas que viram a página automaticamente. Como se fosse um acto mecânico, como se já o fizessem sempre que há um medo, um obstáculo que pensamos que ultrapassar e vencer são tarefas impossivéis. E é impensável, por vezes, pensaremos nelas. Porque nos mentalizamos que o destino é o grande culpado. E que este, proporcionou que as coisas acontecessem assim. No caso dos medos, vamos escondedo-os até eles rebentarem as custuras dos sonhos. E aprendemos a viver assim, com esta realidade que nem sempre é a mais fácil. Começamos uma página em branco, mas continuamos agarradas ao passado, que no entanto já não nos pertence. Vivemos amarguradas, e cheias de pensamentos antigos colados à alma. No fundo, a página que passamos à frente, continua aberta na sombra do pensamento. Os medos continuam lá, escondidos. Continuam a ganhar terreno numa terra, que vai ficando cada vez mais cizenta. Cada vez mais, sem cor.


Aprender a viver com os nossos medos e frustrações, é uma opção. Mas, talvez mais fácil será vencer a página recheada de medos e obstáculos. Basta acreditar, em nós. Na nossa força interior, na nossa vontade de ultrapassar qualquer obstáculo à nossa felicidade...
Quando vencemos nós mesmos, ou seja, quando vencemos o nosso outro lado que nos impede muitas vezes, de agir... tornamo-nos mais fortes.
E chegamos à conclusão que nem sempre é mais fácil desistir.

( este post, minha querida,
tu sabes que é para ti. É para ti,
e para a tua companheira, a Coragem.)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

a música que vem do coração *

O tempo,
Anestesia a ausência.
A ausência apaga a tua voz,
desfoca a tua imagem,
no meu coração.
Coração este,
que te vai guardando
na gaveta das impossibilidades,
dos sonhos perdidos,
das promessas falhadas.
Inconscientemente,
memórias vivas e dispersas
flutuam ainda,
num pensamento confuso,
num coração que
baixinho, ainda toca
a tua música.

sábado, 19 de dezembro de 2009

a outra face do Inverno









Não é o tempo lá fora que está confuso e gelado.

Não são as árvores que estão nuas de sentimentos.

Não são as ruas que estão vazias.

A tempestade não é lá fora.

É no coração.



No lado esquerdo do meu peito,

é Inverno o ano inteiro.


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

a vida continua *

Levanto-me da tempestade. Visto-me de forte.

A nossa felicidade não depende dos outros, depende de nós próprios.
A nossa felicidade nao depende dos outros, depende de nós próprios.
A nossa felicidade não depende dos outros, depende de nós próprios.
A nossa felicidade não depende dos outros, depende de nós próprios.
A nossa felicidade não depende dos outros, depende de nós próprios.
A nossa felicidade não depende dos outros, depende de nós próprios.
A nossa felicidade não depende dos outros, depende de nós próprios.
A nossa felicidade não depende dos outros, depende de nós próprios.

domingo, 25 de outubro de 2009

O Dia Que Faltava


E o tempo te dirá
para estares junto de mim
para continuares a procurar
até nada mais haver a esconder..
Então deixa as ruas que te fazem ser
aquilo que não queres ser
deixa as ruas que te fazem amar
quem não queres realmente amar.
O tempo disse-me
que é dificil encontrar alguém como tu
uma cura atormentada
para um espírito cheio de problemas.
E o tempo disse-me
para não pedir mais
porque um dia o nosso oceano
encontrará a sua margem.


Fabio Volo


terça-feira, 28 de julho de 2009

Que estranho destino é o meu que apenas me consente paixões ardentes e me faz esgotar em amores improváveis.


José Manuel Saraiva

sábado, 11 de julho de 2009



Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo.
Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa.
Sophia de Mello Breyner Andresen


Hoje os sentimentos esconderam-se atrás destas palavras.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

*

Às vezes tropeço nas palavras e nos sentimentos. Quero-te dizer tudo ao mesmo tempo. E não consigo.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Se o sonho fosse real
e nele pudesse voar
voava de tudo
e criava "ninho"
noutro lugar.
.
Edgar Furtado

domingo, 21 de junho de 2009

"Primeiro olho, e começo a rir.
Começo a rir de gostar tanto de ti"
(Obrigada pelos nossos bocadinhos)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Read My Mind

The good old days
The honest man
The rest less heart
A promised land
A subtle kiss
That no one sees
A broken wrist
And the big trapeize








Oh well I don't mind
If you don't mind
'Cause I don't shine
If you don't shine
Before you go




Can you read my mind?








Oh well I don't mind
If you don't mind
Cause I don't shine
If you don't shine
Before you jump
Tell me what you find
When you read my mind




The stars are blazing
Like rebel diamonds
Cut out of the sun
When you read my mind


The Killers

domingo, 14 de junho de 2009

"When love gets inside of you it makes you invincible."

-

sábado, 13 de junho de 2009

Hoje apeteceu-me escrever-te. Porque se não te escrever às vezes, ficas preso ao meu pensamento. É aqui que eu me liberto de ti. Prendo-te aqui para não te aninhares constantemente nas minhas memórias - no sitio em exiges permanecer.
Este sábado abafado e cinzento, fez-me despertar um sentimento escondido. Algo que quis outrora apagar, mas que continua vivo. Submerso, neste mar de sentimentos. Um amor, que lá no fundo, continua a respirar. Foste e continuas a ser a minha história mais bonita.
Talvez se eu não te tivesse conhecido naquela tarde quente de verão, à uns anos atrás não me escondia atrás deste blogue que me acolhe as palavras. Conseguiste transformar-me numa pessoa mais forte. O meu sangue ficou mais frio, e hoje em dia consigo suportar muita coisa, que antes não conseguia. E isso, devo-te a ti. Principalmente a ti. Nunca soube se o que sentias era verdadeiro, se as tuas palavras eram sinceras, se atrás do teu nome escondias outra pessoa. São estás dúvidas que me atormentam, tal como as tuas respostas em branco.
Receio, que um dia as nossas vidas se voltem a cruzar, que o meu livro volte à tua página, e que todas as páginas que eu passei para a frente, tudo aquilo que eu construí, seja-me inútil.
É aqui neste mar de sentimentos que te escondo, que te prendo e que espero inconscientemente, que um dia, voltes. Mesmo que nunca tenhas partido.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Terra dos Homens *


Quando procuro nas minhas recordações aquelas que me deixaram um gosto duradouro, quando faço o balanço das horas que contaram, descubro aquelas que fortuna alguma me teria conseguido. Não se compra a amizade de um Mermoz, de um companheiro a que as provações vividas em comum nos ligaram para sempre. Esta noite de voo e as suas cem mil estrelas, esta serenidade, esta soberania de poucas horas, não as compra o dinheiro.E não compra também aquele aspecto novo do mundo depois das etapas difíceis, as árvores, as flores, as mulheres, aqueles sorrisos coloridos da frescura da vida que acaba de nos ser devolvida ao romper da manhã, todo o concerto de pequenas coisas que nos recompensam.


Saint-Exupéry, Terra dos Homens

domingo, 31 de maio de 2009

Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos.


Santo Agostinho

sábado, 30 de maio de 2009

Porto,



Quando ele chegar trazendo em seus olhos
meu porto
baixarei as velas na manhã
e no claro dia de minha alma
colocarei meu corpo ao seu lado
sem amarras, sem âncora
pois que nele só poderei chegar
nunca partir.

Poema: Regina Vilarinhos
Fotografia: Carolina Sá

domingo, 24 de maio de 2009

Domingo Mudo *

Sentimentos trancados.
Palavras mudas.

sábado, 16 de maio de 2009

O tempo que nos resta

De súbito sabemos que é já tarde. Quando a luz se faz outra, quando os ramos da árvore que somos soltam folhas e o sangue que tínhamos não arde como ardia, sabemos que viemos e que vamos. Que não será aqui a nossa festa. De súbito chegamos a saber que andávamos sozinhos. De súbito vemos sem sombra alguma que não existe aquilo em que nos apoiávamos. A solidão deixou de ser um nome apenas. Tocamo-la, empurra-nos e agride-nos. Dói. Dói tanto! E parece-nos que há um mundo inteiro a gritar de dor, e que à nossa volta quase todos sofrem e são sós. Temos de ter, necessariamente, uma alma. Se não, onde se alojaria este frio que não está no corpo? Rimos e sabemos que não é verdade. Falamos e sabemos que não somos nós quem fala. Já não acreditamos naquilo que todos dizem. Os jornais caem-nos das mãos. Sabemos que aquilo que todos fazem conduz ao vazio que todos têm. Poderíamos continuar adormecidos, distraídos, entretidos. Como os outros. Mas naquele momento vemos com clareza que tudo terá de ser diferente. Que teremos de fazer qualquer coisa semelhante a levantarmo-nos de um charco. Qualquer coisa como empreender uma viagem até ao castelo distante onde temos uma herança de nobreza a receber. O tempo que nos resta é de aventura. E temos de andar depressa. Não sabemos se esse tempo que ainda temos é bastante. E de súbito descobrimos que temos de escolher aquilo que antes havíamos desprezado. Há uma imensa fome de verdade a gritar sem ruído, uma vontade grande de não mais ter medo, o reconhecimento de que é preciso baixar a fronte e pedir ajuda. E perguntar o caminho. Ficamos a saber que pouco se aproveita de tudo o que fizemos, de tudo o que nos deram, de tudo o que conseguimos. E há um poema, que devíamos ter dito e não dissemos, a morder a recordação dos nossos gestos. As mãos, vazias, tristemente caídas ao longo do corpo. Mãos talvez sujas. Sujas talvez de dores alheias. E o fundo de nós vomita para diante do nosso olhar aquelas coisas que fizemos e tínhamos tentado esquecer. São, algumas delas, figuras monstruosas, muito negras, que se agitam numa dança animalesca. Não as queremos, mas estão cá dentro. São obra nossa. Detestarmo-nos a nós mesmos é bastante mais fácil do que parece, mas sabemos que também isso é um ponto da viagem e que não nos podemos deter aí. Agora o tempo que nos resta deve ser povoado de espingardas. Lutar contra nós mesmos era o que devíamos ter aprendido desde o início. Todo o tempo deve ser agora de coragem. De combate. Os nossos direitos, o conforto e a segurança? Deixem-nos rir... Já não caímos nisso! Doravante o tempo é de buscar deveres dos bons. De complicar a vida. De dar até que comece a doer-nos. E, depois, continuar até que doa mais. Até que doa tudo. Não queremos perder nem mais uma gota de alegria, nem mais um fio de sol na alma, nem mais um instante do tempo que nos resta.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Quem de nós dois

Eu e você
Não é assim tão complicado
Não é difícil perceber...
Quem de nós dois
Vai dizer que é impossível
O amor acontecer...


Se eu disser
Que já nem sinto nada
Que a estrada sem você
É mais segura
Eu sei você vai rir
Da minha cara
Eu já conheço o teu sorriso
Leio o teu olhar
Teu sorriso é só disfarce
E eu já nem preciso...


(...)


E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais
E te perder de vista assim é ruim demais
E é por isso que atravesso o teu futuro
E faço das lembranças um lugar seguro...
Não é que eu queira reviver nenhum passado
Nem revirar um sentimento revirado
Mas toda vez que eu procuro uma saída
Acabo entrando sem querer na tua vida


Eu procurei qualquer desculpa pra não te encarar
Pra não dizer de novo e sempre a mesma coisa
Falar só por falar
Que eu já não tô nem aí pra essa conversa
Que a história de nós dois não me interessa...


(...)

Ana Carolina

sábado, 9 de maio de 2009


Chuva e Trovoada. Coração quente. Há tardes assim.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?




domingo, 3 de maio de 2009

a nostalgia apoderou-se de mim

Amámo-nos outrora, claro que amámos. Mas depois acabou, como quase todas as amizades de infância acabam um dia. Não importa quem tinha feito o quê, não se tratava de culpa nem remorso. Tratava-se de crescer. (...) Acabou e eu sinto-me subitamente imponderável, voando sobre mim mesma, tão leve e despreocupada como as nuvens. Olho para o céu através dos pinheiros, quase esperando um sinal, e com um repentino clarão prateado, o sol surge por detrás do tronco de uma árvore, a luz ressaltando dos remendos de neve e ofuscando-me por um momento. Agora chega a realidade. Andei, durante todo este tempo, desesperadamente perdida, mas agora as viagens e a espera chegaram ao fim.
( Katy Gardner - Viagem Sem Regresso )


Não vou dizer que tenho saudades tuas - habituei-me a tua ausência. Tal como tu, te habituas-te a nossa distância. Mas as minhas memórias antigas - que se encontravam já adormecidas - acordaram. Consequentemente, lembrei-me de ti. De certa forma, por causa deste livro que me ocupou a mente nestes três longos dias. Um sentimento de nostalgia apoderou-se de mim.
Acompanhaste de perto, toda a minha infância e por parte, a minha adolescência. Quando chegámos aos 15 anos, aquilo que nos mantinha unidas, afastou-nos por completo. Eu que sempre me culpei, e tu, que me culpaste também pelo nosso afastamento. E na verdade, não foi culpa de ninguém. Desde pequenas, sempre fomos diferentes. Era isso que nos completava. Era por este motivo, que éramos inseparavéis. E o fomos durante 10 anos longos anos. Tu eras tudo o que eu não era. Eu era alta e magra, sardenta de cabelos encaracolados. Tu, tinhas o cabelo curto e preto liso, e sempre foste baixinha e redonda - Lembro-me de quando disseste: Já tenho 1,55 sabem? Para ti, crescer meio centímetro sempre foi uma grande vitória. Tinhas uma personalidade forte. Não te deixavas pisar. Tinhas garra, e defendias o que era teu com unhas e dentes. Muitas vezes defendeste-me, em diversas situações. Porque eu ao contrário de ti, era sensível e ingénua. Vivia num mundo cor de rosa, e sempre tentei mostrar-me indiferente a provocações (mas era no teu ombro que eu me lamentava ), deixava que me pisassem. Achava que o melhor era ignorar, pensava que assim conseguia mostrar a minha força. Sempre fui paciente, achava que tudo um dia se pagava, de uma forma ou de outra. Tu eras impaciente, se fosse necessário davas na tromba, a quem se metesse no teu , ou no meu caminho. Mas a verdade, é que sempre foste de birras, amuavas por tudo e por nada. Talvez fosse para chamares atenção, sempre gostaste de estar no centro do mundo - mas as birras eram tantas, que já ninguém dava importância. Foste sempre explosiva, a rapariga alegre do nosso bairro. E eu, a querida e adorada por todos. Quando estávamos juntas, conseguíamos encontrar um equilíbrio. Estávamos sempre em harmonia. Em dez anos chateámos-nos uma única vez. Com o tempo, mudaram-se os gostos, mudaram-se os interesses, mudaram-se as vidas. E acabámos por seguir caminhos diferentes. Não sei se evoluímos, mas a verdade é que transformámo-nos. Crescemos? Eu já não sou quem conheceste em tempos, e tu já não és quem eu conheci à doze anos atrás. Já não vivemos no Vale das Rosas, no bairro na periferia, onde pensávamos que tudo era perfeito. Um mundo feliz, e ingénuo longe de tudo aquilo que nos poderia fazer crescer. Quando abandonei esse lugar, enterrei uma parte de mim. Custou-me cortar as minhas raízes, afinal de conta, tinha crescido aí. Demorei um ano a habituar-me à ideia. Mas hoje, penso de uma maneira diferente sabes? Se continuasse a viver aí, talvez ainda fossemos amigas, mas nunca me tinha tornado a pessoa que sou hoje - ia continuar com a minha mente condicionada. Aprendi muito a observar outras realidades, também aprendi com as minhas vitórias, com os-porta-na-cara e principalmente com os meus erros, e algumas lágrimas. E isto que faz parte da vida. É assim que me sinto viva. E por mais que me tenha custado o trajecto até aqui, eu gosto de quem sou hoje. E de certa forma, devo-to a ti, também.
Não fomos culpadas de nada. Crescer, e escolher caminhos faz parte da vida. Quero que saibas, que guardo todos os nossos momentos, e guardo-te a ti também. No coração.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Lado esquerdo do peito

"Quando um coração se fecha, faz muito mais barulho do que uma porta. (...)
Levar com a porta na cara dói muito. Dói sempre, o dia inteiro, a todas as horas e a todos os minutos. Dói tanto que os segundos se podem tornar insuportáveis e os dias facilmente se transformam em epopeias, viagens trágico-maritimas. Dói de manhã, assim que regressamos do abençoado estado de inconsciência em que o sono nos guarda, quando olhamos para o lado e perguntamos: e agora?
(...) Dói quando nos lavamos, quando comemos, quando engolimos, quando respiramos, quando falamos, quando ouvimos, quando pensamos. Dói um bocadinho menos quando os amigos nos abraçam. Mas o que mais dói é saber que alguém que ainda amamos, por medo e por sofrimento, nos fechou o coração. O som é igual ao de mil tambores em fúria: não vale a pena falar, não vale a pena escrever, não vale a pena tentar chegar ao outro lado, saltar o muro, enviar emissários, içar bandeiras, fazer cimeiras, apanhar aviões e levar o nosso coração como presente porque ele já não o quer. Quando o outro coração se fecha, deixa de ser nosso. E quando um homem fica surdo do coração, como é muito mais prático do que uma mulher, em vez de chorar e lamber as feridas, oferece-o a outra mulher. Os homens têm uma existência infinitamente mais leve; confundem desejo com amor."

Margarida Rebelo Pinto

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Tudo valeu a pena, quando reconhecem o nosso esforço.

"Os mais fortes não são aqueles que estão sempre de pé, são aqueles que se fartam de cair e levantam-se sempre. Vocês são os mais fortes."

domingo, 26 de abril de 2009

não há coicidências



Amei-te de forma desajeitada, arrebatadora e incondicional, sempre querendo e desejando o melhor para ti. O melhor, só tu mesmo poderás encontrar e hoje estou certa que não passa por mim. Não é a dor da rejeição que me massacra, é a dor de saber que nada poderá sobrar deste amor. Que a amizade não tem espaço nem voz entre duas pessoas que desconfiam uma da outra com a facilidade de um inquisidor contratado a soldo.

Cada vez mais acredito que amar é dar e tudo o que não é dado, perde-se. E que a amizade é talvez a mais bela forma de amor, porque é gratuita e intemporal, não precisa de promessas nem de carne, não se desfaz com zangas nem se desvirtua com o tempo. Mas não te posso dar o meu carinho, o meu afecto, o meu amor domesticado em amizade, se nem sequer tens a grandeza de abrir os braços para a receber. As mulheres demoram algum tempo a transformar um sentimento em pensamento, tanto mais quanto este é profundo, e no sossego da minha casa, onde só comunico com o mundo exterior o suficiente para me manter viva, guardo intacto tudo o que sinto por ti. Fechada para o mundo e para os outros, sinto-me cada vez mais só, mergulhada numa escuridão voluntária e estéril que me aplaca a vontade e os sentidos. Com a morte deste amor por ti, morre também uma parte de mim, algo cujos contornos não consigo ainda delinear mas que com o tempo perceberei, quando a alma apaziguada fechar as feridas desta minha dor derrotada e passiva perante o teu silêncio e a tua mascarada indiferença.


Mas é melhor que nunca mais se cruzem os nossos olhares, é melhor que a palavra adeus seja mesmo essa e não outra. Chegámos ao fim do caminho. A partir daqui todas as palavras serão inutéis. Nunca saberei até que ponto ages com o coração ou apenas com a cabeça. Até que ponto te entregas ou apenas jogas. Até que ponto sentes e ages, ou apenas observas. E é por nunca ter sabido quem és, que um dia te conseguirei esquecer.
Sempre disse que as diferenças iriam servir mais para nos unir do que para nos afastar. Mas agora sei que não. Ao contrário de ti, não sou nem nunca serei, espectadora da minha própria vida.


 Margarida Rebelo Pinto

sexta-feira, 10 de abril de 2009

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Rir & Chorar *

Na vida há três tipos de pessoas:

As que choram;
As que riem;
E as que não sabem, se choram ou se riem.



Eu devo fazer parte do grupo de pessoas - que não sabem se choram, ou se riem - não sei lidar com as emoções. Choro e riu ao mesmo tempo, como se o meu "eu" se dividi-se e forma-se duas pessoas diferentes no mesmo momento. Sinto que na parte esquerda do meu peito, os sentimentos encontram-se aos socos uns com os outros, a disputar o lugar de quem fica por cima. Não consigo virar a página. Não tenho despensa para guardar tantas incertezas. Não sei o que fazer com o amor.

imagem: Katarina Sokolova

terça-feira, 7 de abril de 2009

Senta-te e vai para onde ele te levar *


“(...) E quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de escolher, não metas por uma ao acaso, senta-te e espera. Respira com a mesma profundidade confiante com que respiraste no dia em que vieste ao mundo, e sem deixares que nada te distraia, espera a volta a esperar. Fica quieta, em silêncio, e ouve o teu coração. Quando ele te falar, levanta-te, e vai para onde ele te levar - Susanna Tamaro


segunda-feira, 6 de abril de 2009

P.S

"Se há pessoa que eu sinto falta és tu. Sinto falta do teu carinho, do teu olhar para mim, do teu abraço tão ternurenta, tão teu. Se há coisa que sinto falta, é dos nossos longos passeios pela Baixa onde partilhávamos problemas, confessávamos os nossos segredos mais íntimos. Sinto falta da maneira como me fazias sentir Carolina. Das coisas lindas e sinceras que dizes, da tua ingenuidade característica. Sei que muitas amizades se perdem com o tempo, mas se há amizade que eu quero preservar, é a tua. Acompanha-me sempre assim, e vais ver que tudo corre bem. A ti digo com sinceridade, que te amo. "
(de Susana Gouveia)
A resposta que nunca te cheguei a mandar:
Sabes Susana, não tive muita sorte nesta coisa a que se chama Amizade. Acho que tudo um dia se perde, porque as experiências da vida assim me moldaram. No entanto, é tão bom e - faz tão bem a alma - acreditar que tudo dura para sempre. É bom saber que ainda existe em nós mesmas, um pingo de ingenuidade que nunca se perdeu, desde a infância. A ingenuidade que habita em nós, e que se vai perdendo com o amadurecimento e as experiências da vida.
Eu acredito em ti, e neste nosso mundo que nos refugiamos às vezes. Acredito em nós, porque há uma força interior que me faz acreditar que nunca nos vamos separar. Vai haver momentos de dependencia, em que vamos recorrer uma à outra. Mesmo que algo nos venha a distanciar, ambas sabemos, que vamos estar sempre lá.

domingo, 5 de abril de 2009

Pensamento de hoje:


vou deixar em cima da mesa: as chaves. os desabafos. os livros. as incertezas. as histórias mal acabadas.
vou mandar-me de cabeça às coisas boas da vida.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

momento

Quando menos esperamos, a vida agarra-nos.
Abraça-nos,
e sufoca-nos de bons momentos.
Embala-nos ao sabor da mais sincera felicidade.



(Felix Baumsteiger)
No entanto,
não podemos esquecer momentos, substituindo-os por outros.
Cada momento tem o seu tempo,
e o seu lugar - no coração.

sábado, 14 de março de 2009

Não há pessoas certas.
Há momentos certos,
com pessoas erradas.

segunda-feira, 9 de março de 2009

vulneravél *

Estou de porta aberta. O vento empurrou-te até à minha entrada. Entraste por entrar, porque calhou. Talvez fosse a única porta que se encontrava aberta. Querias-te proteger do frio da solidão e então, entraste. Sem eu querer. Não te bati com a porta, porque mesmo sem eu querer - precisava de ti. Aceitei-te desde início. Porque precisava de ti. Perdoei-te porquê? Porque precisava de ti.
Tornou-se um ciclo vicioso. Eu preciso de ti, tu precisas de mim. Os motivos são bem diferentes.
Mas precisamos-nos.
O teu barco, ficou naufragado na minha praia.

domingo, 1 de março de 2009

Respostas *


Tudo se torna demasiado complexo, quando temos de encontrar as nossas próprias respostas. Começamos sempre por procurá-las pelo caminho mais fácil - os outros - mas na verdade, todas as respostas para as nossas milhares de perguntas, encontram-se mais perto do que imaginamos, em nós. Ainda não encontrei - em mim - as respostas que preciso. A tua pergunta continua à espera de ser respondida. A resposta continua adormecida no interior da minha alma.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

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R: Tu pensas que sou desmontável.
Partes, constrois e partes.
.
-Não sei porque estás a dizer isso..
R: Porque construiste e já partiste.
Se construires, não quero que partas.


-Eu nao vou partir mais.


R: Tens de me falar isso nos olhos, no meio de lisboa.


- Está bem. Quando estiveres disposto, a uma visita guiada por Lisboa um dia,
eu prometo que te digo o que tenho para dizer.


R: Fico a espera desse dia.
Porque gostas e porque destruiste ?


- Porque as vezes é preciso destruir , para que "nasça" com mais força.
É como os castelos de areia, destruimos, para construir uns maiores..

R: Podes ir sempre reforcando as paredes, colocando a areia sem as falhas.


- Mas iria ficar com falhas na mesma.

(...)


R: Acreditas em qualquer um que te demonstre que goste de ti.
Mas pergunta-lhes se quando os tratares mal, se eles te vão perdoar. Acho que não.
Quantas vezes me trataste mal? (Não é uma pergunta)

- Já percebi onde queres chegar.. Desculpa.


R: Desculpo-te sempre.
Cada vez que te perdoo,
é uma falha no castelo de areia.
(...)


-Lutar para que , e porque?
.
R: Para construires o castelo.
Inscreve-te na cruz vermelha, faz com que ames os outros.
Saber amar, para ser amada. Eu não sei amar.
Vira Hippie, metaleira
Parte, destroi.
Faz algo bonito.
Chora. Eu tapo-te a cara, se tiveres vergonha.
Levanta-te se caires.
Uma coisa de cada vez, vê por onde metes os pés.
Porque eu, gosto de ti estúpida.


- Obrigada por me teres aberto os olhos. Mas sabes bem, que vou fecha-los outravez,
mesmo que não queira. Não vamos tornar essas palavras banais. (como tu dizes)
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R: Amo-te, é essa a palavra. Eu sei que és humana.
Mas se é dele que gostas, tens o meu apoio.


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terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

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Tú no sabes quien soy yo,
No sé quien eres tú,
Y en realidad, quien sabe que somos los dos
Y yo como un secuestrador te persigo por amor,
y aunque tú no sepas mi dirección,mi apellido y mi
voz,y la clave de mi corazón

Alguien te quiere,alguien te espera,alguien te sueña y
tú sabes que soy yo,
Alguien te piensa constantemente,alguien te busca y
por fin te encontró,
Alguien te amó y alguien soy yo

Yo no pido nada más,que estar feliz y tu lo estas y
sentirte bien,
Aunque no sepas quien,quien te quiere sin más por
encima del bien y del mal.

Alguien te quiere,alguien te espera,alguien te sueña y
tú sabes que soy yo,
Alguien te piensa constantemente,alguien te busca y
por fin te encontró,
Y alguien soy yo

En el fondo de mi vida no me queda otra salida ...que
no seas tú!
Tú no sabes quien soy yo,
No sé quien eres tú... Ya somos dos

Alguien te quiere,alguien te espera,alguien te sueña y
tú sabes que soy yo,
Alguien te piensa constantemente,alguien te busca y
por fin te encontró,
Alguien te amó,Y alguien soy yo..

Enrique Iglesias
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(A música que o rádio toca,
em todas as nossas madrugadas )

Tempestade Interior *


A tempestade passou.
A chuva dentro de mim parou.
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- Flutuo na água derramada à procura de respostas -
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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Dia Mau *

O silêncio entra pela janela entreaberta do quarto, arrefece-me o sangue mas esquece-se de me congelar as lágrimas. Lamento-me:
Já não te quero solidão. Já não te desejo. Já não me dás tranquilidade. Transformaste a minha vida, numa realidade sem chão. Enganaste-me. Tiraste-me tudo. Nada me resta. Até o nada me roubaste.
Suplico-te,
Congela-me de uma vez.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009




Naquele momento senti-me como se ele estivesse a perceber tudo aquilo que se passava na minha cabeça. Como se o meu pensamento transparecesse num vidro de uma janela, e pudesse-se visualizar todas as suas imagens.
- Sim, está tudo bem.
Tento cobrir com uma cortina preta a janela do meu pensamento. Não quero ser transparente.


( da história inacabada )