sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

em silencio *



Gosto tanto de fechar os olhos. São nesses pequenos instantes que te imagino.
Vejo os teus olhos, imagino-os idênticos a dois lagos. Brilhantes, sonhadores e ingénuos ao mundo. Imagino-te a rir. Uma gargalhada contagiante e feliz, capaz de viciar multidões.

No meu sonho, mergulhas a meio da noite, pelas ruas ausentes de ruídos. Moveste em pequenos gestos suaves. Caminhas firme, com o passo sereno sobre a calçada, respirando uma pequena brisa de uma noite de céu estrelado. Vagueias pela noite dentro, na companhia do silêncio, e desapareces na escuridão.

Chamo-te várias vezes. Não me ouves, porque eu amo-te, e sempre te amei em silêncio. O teu coração está de costas para o meu. O teu Coração que não gira em torno do meu, como a Terra gira em torno do sol.


Com o tempo, tornaste-te um ser irreal, totalmente inalcançável. O meu corpo não é capaz de alcançar o teu, e a minha alma já não está adjacente á tua.



O tempo. O grande aliado da ausência.
O meu maior rival.

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